Dinis Gorjão, com apenas 18 anos de idade, foi indicado pelo Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Beja como o melhor árbitro da época 2003/2004.Dinis Gorjão, que na temporada anterior tinha sido considerado o melhor árbitro da 2ª categoria distrital, repete este ano a distinção, no primeiro escalão da arbitragem bejense: “Não estava nada à espera disto, foi uma completa surpresa. Tenho apenas 18 anos, é a terceira temporada como árbitro e fiz a primeira temporada na primeira divisão distrital. Não esperava!”Sobre o facto de reincidir no galardão em duas épocas consecutivas, o jovem assume que os seus objectivos “não têm limite”, mas adverte que tem os pés “bem assentes na terra”. “Sei que, provavelmente, para dar o próximo passo até à terceira divisão nacional terei ainda que esperar mais duas épocas no distrital para ganhar mais experiência e maturidade. Terei de estar dotado de capacidades que me permitam permanecer e quiçá ascender a outro escalão”, refere. O facto de ter atingido esta bitola tão prematuramente impede o árbitro bejense de estar este ano presente nos exames de acesso à terceira categoria nacional. Dinis Gorjão sabe que “não é aconselhável” subir já para o ano e garante não ter pressa – “ainda tenho só 18 anos, até aos 45 ainda tenho muito tempo para progredir no mundo da arbitragem”.Sobre os métodos que imprime à sua preparação, o árbitro revela que durante a semana, para além da Educação Física nas aulas do 12º ano de escolaridade, que frequenta, treina regularmente duas vezes e pratica futsal com os colegas da arbitragem. Em termos teóricos, Gorjão confessa estudar regularmente as leis, normas e instruções. Por outro lado, antes dos jogos, faz sempre um tipo de preparação que inclui o nível das equipas, terreno de jogo, ambientes, jogadores mais problemáticos e a forma de jogar das equipas. Ironizando, Gorjão diz que não tem olheiros como o Mourinho, mas que faz sempre uma preparação prévia para não estranhar o ambiente que vai encontrar. Se a nível distrital Dinis Gorjão admite ter seguido “um pouco a linha do Jaime Vieira”, com quem trabalhou a época inteira, a nível internacional, admira o suíço Urs Meier, para além do italiano Collina. Sobre a presença dos seus companheiros Filipe Aurélio e Tiago Canário nos exames de acesso à terceira categoria nacional, Gorjão destaca que o primeiro “era um sério candidato à subida, tem bastante valor, é jovem e meu amigo e é com grande satisfação que o vejo com hipóteses de ser promovido”. Quanto ao Tiago, que ficou em décimo, “teve alguma sorte”, adianta Gorjão, assinalando que o árbitro de Castro Verde “procurou a sorte, porque os outros reprovaram nos testes escritos e ele conseguiu passar, depois de uma época difícil, com uma lesão prolongada”.
Aurélio e Canário no acesso à 3ª Categoria
O primeiro lugar conseguido por Dinis Gorjão não lhe confere a presença no acesso ao escalão nacional, em virtude de ter apenas um ano na primeira categoria distrital. Assim, e afastado o segundo classificado, Rui Sesifredo, que optou por ser Assistente Nacional, os eleitos para os exames do próximo dia 21 de Maio, na Costa da Caparica, são Filipe Aurélio (3º) e Tiago Canário (10º), em virtude de os árbitros que se classificaram entre o quarto e o nono lugares não terem preenchido todos os requisitos legais, ou seja, terem sido aprovados com mais de 70 valores na prova escrita. No segundo escalão o melhor árbitro foi David Tripa, seguido de Daniel Lança, ambos já promovidos ao escalão principal. Outra das novidades é a entrada de 33 novos estagiários, número que vem reforçar substancialmente o quadro de árbitros do Conselho Regional de Arbitragem de Beja.
Texto e foto Firmino Paixão in Diario do Alentejo de 2004-05-14
