Jordão Diogo é notícia pelo simples facto de ter sido o primeiro português (que se saiba) a jogar no escalão principal do futebol da Islândia. A experiência no KR Reykjavík merece ser recordada, mas sobra outro ponto de grande interesse na carreira desportiva deste esquerdino de 23 anos: os Ipswich Wolves.
Os Ipswich Wolves respondem em inglês mas são inteiramente portugueses. Um grupo de emigrantes lusos da cidade decidiu praticar futsal nos campeonatos locais e chegou rapidamente ao topo. Formada por portugueses em 2004, a equipa conquistou a Taça de Inglaterra três anos depois, representando as Terras de Sua Majestade na Taça UEFA da modalidade, em 2008.
«Tínhamos mesmo uma equipa de grande qualidade. Muito acima do nível do futsal em Inglaterra», recorda Jordão Diogo. Em Julho de 2007, os Wolves confirmaram uma época de sonho ao vencer o Vaughans F.C. na final da Taça. A conquista foi dedicada a José Gomes Costa, o Canhoto, que falecera meses antes num acidente rodoviário. Nos festejos, a bandeira portuguesa esteve sempre presente.
Os brasileiros como sucessores
O futsal em Inglaterra é dominado, actualmente, por portugueses e brasileiros. Depois dos Ipswich Wolves, chegou a vez do Helvecia, equipa composta por jogadores e técnicos canarinhos.
Em Setembro de 2008, o Helvécia Futsal conquistou o campeonato nacional com uma vitória sobre os portugueses (9-3). Os brasileiros recolheram elogios generalizados da crítica, mas Jordão Diogo considera que o resultado foi enganador.
«Eu tinha voltado da Islândia mas não estava em condições de jogar. Fui dar o meu apoio para as bancadas e estas finais foram muito mal organizadas. Os brasileiros jogaram as meias-finais de manhã e nós tivemos de o fazer uma hora antes da final. Na final, ainda estivemos empatados 3-3, mas depois fomos abaixo. A organização pediu-nos desculpa e os brasileiros sabem que o Ipswich continua a ter um nível superior», considera o jogador.
A sorte no Crewe Alexandra
Aos 23 anos, Jordão Diogo espera agora relançar a carreira nos relvados ingleses. Chegou ao país em 2005. Passou pelo Chelmsford, pelo Lewes F.C., trabalhou em fábricas a tempo parcial, foi campeão de futsal e esteve vários meses no futebol islandês. «Era uma ponte para os outros campeonatos do norte da Europa», revela. Ultrapassadas as dúvidas quanto ao vigor do seu coração, o extremo esquerdo quer regressar à competição quanto antes: «Fiquei muito assustado quando os exames detectaram a inflamação em torno do coração. Mas já fiz novos exames e está tudo bem.»
«Estou a treinar no Crewe Alexandra, da League One. Ia fazer um jogo-treino mas foi cancelado devido ao mau tempo. Fiz a opção certa ao vir para Inglaterra, mas claro que sonho regressar a Portugal e jogar na primeira divisão. Sou novo, ainda vou a tempo», remata o esquerdino, em diálogo com o Maisfutebol.
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