Dois dirigentes desportivos e dois árbitros foram detidos ontem à noite em flagrante delito quando se preparavam para transaccionar dinheiro em Tondela e Castro Daire, disse hoje à agência Lusa o comandante da PSP de Viseu. Segundo o comandante Almeida Campos, o comando de Viseu da PSP recebeu a denúncia de que "iria haver transacção de dinheiro entre dirigentes desportivos e árbitros", tendo de imediato montado uma operação. Os agentes policiais encontraram-nos "na altura em que os dirigentes desportivos passavam o dinheiro para os árbitros", fora dos carros, próximo de Tondela e de Castro Daire, contou. Almeida Campos disse ainda à Lusa que o árbitro detido em Tondela "tinha a esposa dentro do carro, que foi com ele receber o dinheiro e só não foi detida por se encontrar grávida". O primeiro interrogatório judicial dos suspeitos está marcado para hoje de manhã, nas comarcas de Tondela e de Castro Daire._
António Sérgio:«Se aconteceu é grave e prejudicial»
O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), António Sérgio, afirmou, à agência Lusa, existir um problema de "Futebol Dourado" e não de "Apito Dourado".O dirigente manifestou-se "surpreendido" com a notícia da detenção de dois árbitros em Tondela e Castro Daire, quando se preparavam para transaccionar dinheiro com dirigentes desportivos. "Se aconteceu, é grave, é prejudicial para a arbitragem e para o futebol", considera António Sérgio, frisando, no entanto, que o problema no futebol não se cinge apenas aos árbitros, mas também aos dirigentes. "Não podemos falar de Apito Dourado, mas de Futebol Dourado. Se existem árbitros também existem dirigentes", sublinhou o responsável da APAF. Em relação ao caso hoje despoletado, António Sérgio espera que "as autoridades exerçam as suas competências e investiguem com toda a profundidade", embora exista, refere o dirigente, "a presunção da inocência". "Falta saber, e é preciso salientar isso, se as pessoas foram detidas na condição de árbitros e dirigentes de futebol", interroga-se António Sérgio, frisando, porém, que "não são dois árbitros que mancham uma classe de 3.500".
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Denúncia partiu dos responsáveis pela arbitragem de Viseu
A denúncia que levou à detenção ontem à noite de dois dirigentes desportivos e dois árbitros partiu de responsáveis pela arbitragem de Viseu, segundo disse fonte do processo à Lusa.Os quatro indivíduos em causa foram apanhados em flagrante delito quando se preparavam para transaccionar dinheiro, em Tondela e Castro Daire. O primeiro interrogatório judicial dos suspeitos está marcado para hoje nas comarcas de Tondela e Viseu. "Para nós isto não é uma surpresa. Por isso, ao sabermos do que iria passar-se entre dirigentes de um clube de Lamego que participa nos distritais e dois árbitros, também dos distritais, avançámos com a denúncia às autoridades", disse a mesma fonte. "Queremos acabar de uma vez por todas com este tipo de situações, porque são pessoas que estão denegrir a arbitragem", concluiu
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Fernando Dias e José Cunha são os árbitros detidos
Fonte ligada ao processo revelou à Lusa que os árbitros detidos ontem à noite em flagrante delito são Fernando Dias e José Cunha, da Associação de Futebol de Viseu.Os dirigentes detidos na mesma operação representam o Sport Clube de Lamego, líder do campeonato da 1.ª Divisão de Honra da AF Viseu.Fernando Dias, natural de Silgueiros (Viseu) reside em Parada de Gonta, Tondela, localidade de onde é natural José Cunha, residente em São Miguel de Outeiro, no mesmo concelho
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Presidente desmarca Lamego da corrupção apesar dos dirigentes detidos serem do clube
Amândio Fonseca, presidente do Lamego, já confirmou que há um director do clube detido mas desmarca a instituição dos actos de corrupção que levaram às detenções ontem à noite."Não vislumbro qualquer situação que possa corresponder ao Lamego", disse Amândio Fonseca.
in Jornal Record
