Sem que de então para cá as características e capacidades intrínsecas dos árbitros tenham sofrido impulso ou modificação que permita qualificá-los melhor que os de antanho, de há uma dúzia de anos, para cá, as estruturas alteraram-se, os conceitos transfiguraram-se, a compreensão de e pela actividade beneficiou de significativa quanto interessante evolução. Naquele tempo fazia-se arbitragem pelo prazer e gozo no desempenho de função inserida no maior espectáculo do mundo, quase se pagava para arbitrar. A dignidade e brio impunham-se no desempenho da tarefa. Na valoração da apetência de cada um não se olhava ao canudo que pudesse esgrimir fosse ele da Universidade clássica ou da Independente, antes à fiabilidade, mestria e coragem na condução dos prélios. As derivações geopolíticas na condução dos destinos do edifício do futebol originaram, pelos hábitos corteses, interesseiros e algo oportunistas por alguns introduzidos, que filiados com menor entendimento e consciência de relacionamento social, na mirífica presunção de manterem posições alcançadas se subordinassem ao poder instituído ou presumivelmente constituído. Foram tempos difíceis que obrigaram os mais fortes e determinados a esforços redobrados para não se deixarem seduzir pelo canto de sereia que os conduziria ao descrédito em que muitos outros usufruindo de simpáticas benesses caíram e alguma comunicação social não se coibia de colocar rótulos ou zurzir na praça pública todo aquele que se equivocasse, fazendo conjecturas nada edificantes, não cuidando de destrinças ou excepções. Hoje, devido a regalias e retribuições aumentadas exponencialmente, o interesse de gente academicamente mais evoluída faz que para alguma daquela comunicação social, enferma de preconceitos inadmissíveis, só porque o árbitro que comete equívocos sabe articular convenientemente o sujeito, predicado e complemento directo, os erros por estes assumidos deixassem de ter o mesmo baixo tratamento que os de então sofreram. Será que a ânsia na defesa do lugar ocupado demonstrada pelos menos habilitados academicamente, algo apelidado de submissão, era diferente da “inteligente” forma de agradar aos “patrões” hoje patenteada por gente com outra bagagem social e cultural que não pretende perder os chorudos proventos mensais?.
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